De
Rutilla Mountfort
Chegara
terça de tantas feira entre a labuta e material escolar. Arrumei minhas coisas.
O que agradaria a uma cozinheira que trabalhava com alimento, meu esmero
deveria ser mais atencioso, mais dinâmico, teria de ser algo simples e com
requinte, um macarrão com pesto, tirinhas de frango ao molho branco e espinafre
refogado em folhas inteiras e mico abraçadinho. O menu estava pronto, o vinho
seria um branco ‘demi sec. da adega local, o vinho Campo Largo tem uma linha
especial que está conseguindo manter certa maturidade no bom gosto.’ (SIC)
Tudo
estava arrumado, a casa estava alinhada, meu ajudante já havia deixado tudo da
melhor maneira possível, sempre falei isso a ele que foi e sempre será minha
melhor doméstica em toda a minha vida de solteiro.
Tomei
meu banho demoradamente e quando acabava ouvi batidas à porta, desliguei o
chuveiro, enrolei-me na toalha, coloquei o roupão azul envelhecido e fui
atender, lá estava ela, parada à porta com um embrulho que fazia a forma de uma
garrafa, que me ofereceu com um sorriso largo.
__ Não era necessário. Venha
sente-se só vou acabar de me enxugar e colocar uma roupa e já ponho a mesa.
__Vou abrir este vinho,
espero que você goste.
Entrei
ao quarto e nu procurava uma roupa, ouvi o barulho da rolha, ouvi o líquido
sendo despejado nos copos, mas não a ouvi entrar no meu quarto e assim conseguiu
me dar um tremendo susto dizendo:
__Este é o seu. –
Esticando-me o copo com vinho tinto. Apanhei e dei um gole de agrado, pois
estava quente, muito quente.
__Acertou na marca, mas está
um pouco quente, coloque na geladeira e apanhe a outra que deve estar no ponto.
- Falei, mas meio constrangido, não esperava este ataque à minha intimidade, eu
queria era apenas lhe oferecer comida e um papo amigável dado à sua carência,
pois foi uma mulher que apanhou muito na vida e tinha uma necessidade de
amigos, assim eu acreditava.
Coloquei
minha roupa, uma calça xadrez de tecido e uma camiseta e chinelas. Dei o
acabamento final aos pratos e servi, o cardápio e o vinho foram deslumbrantes,
uma combinação exótica.
Conversamos
sobre nossos ex. Eu sobre minha ex e ela sobre o dela, eu curioso para saber os
por quês de tudo. O seu companheiro anterior era bem mais novo que eu, minha
expectativa aos poucos era reduzida, pois ela enfraquecera com o vinho e falava
muito, senão dele começava a falar do filho, de como ele gostava de mim e de
como falava de mim e que ela começara a sentir ciúmes de mim e do filho. Um
papo meio doido, e eu já meio doido para que ela fosse embora.
Ela
levantou-se com a xícara de café e foi para a sala, sentou-se e começou a falar
como conhecera seu ex... Ele era ajudante de seu tio, onde estava morando
depois que ficara viúva, seu primeiro marido morrera logo depois que o Mike
havia nascido, e já estava cansada de viver na casa do tio, onde às escondidas da
tia, seu tio e os filhos transavam com ela a torto e a direito.
Contou
que uma vez transou com todos na mesma noite, que ao amanhecer não podia nem
mesmo andar de assada que ficara. E se fossem legais com ela, mas eles eram
todos anormais com uns pênis que a rasgaram forçando-a a procurar um médico
para que ele a costurasse.
Eu
doido para que ela fosse embora, mas as histórias estavam boas e acabamos por
beber mais um pouco.
Logo
mais a outra garrafa e um cigarrinho.
Quando
vi eu estava sobre ela, meu pênis abocanhado, me segurava sem jeito na parede
apoiado com uma só mão, pois ainda estava de pé ao lado de onde ela estava
deitada.
Ela
grunhia e quando tirava meu pequeno pênis. Retirei-me de sobre ela e fui ao
banheiro. Ela veio atrás e nua a vi pela primeira vez, a marca de sua cesaria,
o seu corpo mudado aos anos e ela chorava.
__Desculpa, eu também tenho
medo.
__Medo de que?
__Medo de você me rejeitar...
__Eu não vou te rejeitar é
que lembrei que você é mãe de um amigo, um amigo íntimo.
__Muito amigo. Queria que
você fizesse como faz com ele. - Assustei-me com o que disse. - Eu não queria
fazer isso com você, que ficasse constrangido, tudo o que falei antes é
verdade. Eu te acho uma delícia, desde que ainda era casado, e quando o Mike
fala de você e diz o quanto você o realiza, eu queria ter você.
Ficamos
assim meio bobos um com o outro, ela acabou entrando no chuveiro e com jeito me
animou novamente, como se o mundo não existisse, foi assim que aconteceu, ela
colocou o seu conhecimento de anos em prática e me venerou.
Chupava
como a uma fruta em extinção, que devia ser aproveitada até o caroço. Ela
deitou-se no chão e eu montei-a com calma, ela estava apertadinha, rasa, me
aceitando com carinho e aos poucos foi se transformando em uma fera, seus gozos
eram variados e seus gritos me deixavam mais aceso.
Por
várias vezes trocamos a camisinha, sua boca ainda estava com fome, queria que
explorasse todos os seus buracos e aceitei o seu desafio.
Penetrei
seu ânus com ardor, penetrei sua vagina com movimentos alucinantes e penetrei
sua boca como o reduto para receber todo meu esperma. Eu ejaculei. Todo o meu
líquido vazava pelos cantos de sua boca e ela começava a chorar novamente
enquanto a mão masturbava sua vagina e estremecia com os próprios espasmos, lágrimas
corriam e misturavam-se ao meu esperma.
Terminamos
e fomos para a cozinha, ambos pelados, apanhamos café e ela começou a falar
sobre o que tinha acontecido, eu lhe fiz sinal para que não falasse nada,
disse-lhe que não havia necessidade, quem comenta, pergunta ou se justifica se
agradou no final de um ato é porque é inseguro de como fez e por que fez, e
numa relação o reconhecimento tem de ser entendido no todo e não manifestado
verbalmente.
Estava
quase na hora de que ela iria embora e eu ali imaginando sobre minha conduta,
comi o filho e comi a mãe, fiquei me imaginando se um deles me perguntasse qual
dos dois seria minha preferência, o que será que eu diria?
__Será que vai me convidar de
novo?
__Quem sabe, não é? Amanhã é
sempre um novo dia.
Ela
saiu, ainda fiquei olhando ela no ponto de ônibus, vi quando ela subiu na
lotação e se foi...
Entrei,
amontoei a louça para o outro dia e apaguei a luz.
Na
cama estendido sobre os cobertores surgia-me uma tara muito louca, meu pênis
começou a enrijecer novamente, minhas mãos foram acalmá-lo em uma longa
masturbação e na fantasia que se iniciava sobre o formato daquele jardim.
__Será que um dia rolaria os
três juntos?
O
Cravo, o Caule e a Rosa.
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