Por Rutilla Mountfort.
O luar me fez lembrar aquela
noite em que em casa preparava uma aula, quando um velho amigo surgiu do nada a
bater em minha porta.
Há muito não nos víamos depois de
um aperto de mãos ele sentou-se ao sofá meio displicente, calças largas,
cabelos compridos, a camiseta grande e a estampa presa no passado dizia algo
como ‘sou ainda um garoto’ em inglês.
Servi uma taça de vinho enquanto
colocávamos um ao outro a par dos últimos acontecimentos.
Ele andara como nômade, casara-se
por três vezes, tinha deles alguns filhos e ainda destes não ouvira mais
notícias, retornara á cidade devido à morte da mãe, fazia quinze dias que
estava na cidade e quando soubera que eu estava ainda morando aqui veio por que
não iria embora sem me ver... As taças iam enchendo, dei-lhe um pouco da minha
vida, não muito, acreditei que já perdêramos o vínculo pessoal com a passagem
dos anos... Mais umas taças e mais conversas... Foi de onde surgiu o assunto do
tempo de infância, a língua já um tanto solta, ele continuava o mesmo, depois
que bebia os cadeados do tempo eram abertos.
Começou dizendo que tinha muita
saudade dos tempos idos, de quando éramos ainda meninos, lembrou-se de nossa
primeira vez:
“Estávamos à beira do rio e você
tinha vergonha de ficar pelado, todos os meninos tomavam banho pelado menos
você. - dizia ele.- Aí lembro bem eu disse que como estávamos só nós dois, se
fosse pequeno eu não contaria para ninguém e se fosse maior aí é que eu não
contaria para ninguém. E as brincadeiras na água, lembra? Eu ficava mergulhando
e pegando em você e aos poucos você foi fazendo o mesmo, e quando fomos nos
vestir no meio do mato e vi você tão perto de mim eu tinha de propor o jogo, eu
tinha desde cedo aquele tesão escondido por você. E hoje posso assumir isto eu
perdi o jogo para tudo acontecer. Lembra?- Ele falava e bebia, por vezes ficava
com o olhar perdido, ficava preso lá atrás no passado, a mim parecia pela sua
expressão que revivia tudo aquilo e eu comecei a recordar algumas coisas
enquanto ele descrevia.- Você estava tímido, apesar da diferença de idade
éramos quase iguais, e minhas investidas para poder comer você, tive de pagar
uma boquetezinha, na boa. Naquele dia meu tesão era na real te comer, lembro
quando me encostei em você e comecei a empurrar, você dizia que depois era sua
vez e tal...Lembra-se... E cada vez que íamos sós ao campo entrávamos naquele
pedaço de mato e fazíamos o melhor sexo de toda a vida, adorava o 69 que
fazíamos, e na hora da enrabada então, como eu adorava te enganar, dizendo que
estava doendo, que nossa você colocou tudo, e na verdade você não tinha
colocado em mim, mas na hora de eu te pegar, fazia questão de ir até os grãos.
Até o dia em que você descobriu, sua pergunta foi porque meu pinto saia sujo e
o seu não, senti naquele momento que você descobrira,. Ficamos por muito tempo
sem fazer mais, eu te procurava e nada, você não mais prestava atenção em mim.
Até aquele dia em que voltávamos da escola e eu te disse o quanto sentia sua
falta e que daria a você quantas vezes fosse necessário para me redimir.”
O que ele dizia me parecia um
filme antigo, há tanto tempo não pensava nisto, agora eu relembrava e me
apanhava de pinto duro sob o moletom, ficava excitado em lembrar aquela
história, daqueles trechos de vida.
“Lembro bem que saímos antes do
escurecer e fomos logo depois do rio, eu naquele dia me escancarei a você, e
você colocou aos poucos, e seu pinto estava enorme, estava grande, estava
incrivelmente doído, que digamos era agora real, mesmo porque havia passado
muito tempo, você parecia mais experiente, mais tudo, e todo em mim e eu adorei
o seu jeito de me subjugar... Aí foi minha vez em desaparecer por uns tempos,
nunca foi comentado, mas quando desapareci é que tive uns contratempos, me envolvi
com uma mulher casada e meus pais me mandaram para longe do nosso bairro, muito
mesmo... E agora depois de tantos anos eu vim para esta cidade de merda... Não
gostou?”
__Não. Não gosto quando falam mal
de minha cidade, de minha religião, da minha escola, do meu bairro, do meu
jeito... Não gosto. – respondo bruscamente entre os dentes.
“Desculpa aí. – Colocou a mão em
minha perna e ficou me olhando nos olhos. – Sabe que falo assim por que na
verdade eu amo este lugar e não queria ter saído daqui, tudo que eu sempre
gostei está aqui, minha mãe há tanto que não via.”
Começou a chorar, caiu de joelhos
no chão e com a cabeça em meu colo, a minha maneira foi a de pousar minha mão
em sua cabeça e tentar consolar, dizendo para que se lembrasse dos momentos
bons, que guardasse imagens boas de sua mãe e ele, as boas memórias são as que
nos fazem melhor.
Entre os soluços e minha mão
afagando seus cabelos acredito que pode sentir que eu estava excitado e ainda
não entendi muito bem o que estava acontecendo, mas ele mordia meu pênis por
sobre o moletom, eu pedia para que parasse, mas um pedido desejando que
continuasse. Aos poucos suas mãos foram puxando a minha calça e a cueca até o
chão e colocando-se entre minhas pernas me empurrou para o encosto do sofá e
seus lábios se abriram e tomaram a glande e o corpo de meu mastro arrebentando
de excitação, a língua passeava naquela cabeça já toda avermelhada... Notei que
sua mão baixava para si e ele masturbava-se loucamente, segurei sua cabeça
sobre mim, enquanto pulsava no céu de sua boca e levei um susto quando começou
a me sugar como a uma chupeta ou pirulito, eu ganhava mais espaço dentro
daquela maciez do céu e a umidade da sua língua... Os tremores me passavam o
corpo.
Minhas pernas foram perdendo o
chão e seus lábios me cheiravam, a língua marota brincava entre a virilha, a
perna, meu saco peludo, e procurou meu ânus e brincou ali, causando delírios e
um prazer a muito esquecido, deixado lá atrás... Senti logo que ficava em pé e
o que eu achava ia acontecer ele queria me comer...
__Assim?!- disse.
__Assim como?- perguntou ele.
__Assim, sem usar preservativo,
sem nenhuma segurança?- perguntei.
__Não seja bobo. Somos de
confiança...
__Infelizmente não, quase que
você me faz com que eu acabe por me entregar ao tesão, mas não. Sem camisinha
não. Tem alguma com você?- insisti.
__É que transar de camisinha é
como chupar bala com o papelzinho, mascar chiclete com a figurinha de tatoo ou
comer amendoim com a casca.
__Poxa, você que já... Como disse
foi casado três vezes, teve várias aventuras e nunca usou nenhuma segurança,
você tem mais riscos que se eu andasse na rodovia a esta hora.
__Você está exagerando. Não é
assim, eu escolho com quem eu faço...
__Tem certeza? Acredito que perto
de você todos acham que você é um grande machão, talvez você até faça aquela
linha de mexer com um ou outro gay na rua para ofender, mas quando está longe
dos seus amigos aí se entrega aos delírios e ao prazer, não é mesmo? É típico
isso, os entendidos e duvidosos de sua masculinidade escondem-se em lutas
agressivas, em academias para modelar músculos e andam com animais ferozes em
coleiras pela rua e se transformam em animais ferozes.
__Isso quer dizer que não vai
rolar...
Ele disse vendo que eu me
compunha novamente, subia minha cueca e minha calça e ele ficava para à minha
frente de pinto duro que lindamente se mostrava todo branco, inclinado para a
esquerda e para cima, com a cabeça vermelha semi coberta pelo prepúcio,
aparecendo aquela boca invertida a dar saltos de prazer.
__Se tivesse preservativo, já
estaria rolando. Sabe que desde aquela tarde de sua despedida, quando me avisou
que ia ter de mudar. Que ficaria um período fora, mas voltaria. Desde aquele
dia não mais fui passivo com ninguém, nem mesmo com minha esposa... Lembrei que
começou assim não foi?! Eu fui à sua casa, você chorou no meu colo, desceu
minha bermuda, me chupou até a coluna e aos poucos foi introduzindo seu
maravilhoso pênis em mim, que foi entrando com a ajuda de um hidratante de
pele, e foi ganhando espaço em mim, você me comeu aquela tarde toda, de todos
os jeitos, eu também coloquei em você, gozei alguma vez, mas você me virou do
avesso, nas posições inimagináveis, foi lembrando isso que eu me deixei levar
agora... Quero agora colocar a mão em você, posso?!
E circulei aquele lindo exemplar
com meus dedos, e com dois ou três movimentos estudando aquela carne macia e
viva vi seus olhos revirarem e ele explodir o visgo sobre o chão e sua própria
roupa... Suas pernas tremeram... Mas não baixou a forma e ele tocou o volume do
meu pinto que era sem dúvida bem maior que o dele e acariciou por sobre o
moletom, até que deixei sua mão resvalar para dentro da calça e seus dedos
abraçarem meu pinto e ao puxar ele para fora e ele gemer ao vê-lo e ir de
encontro com o rosto, cheirá-lo e abrir a boca para tomá-lo de novo, eu
projetei sua mão sobre sua testa impedindo o movimento de seus lábios e eu
retirei sua mão de mim...
__ Por quê? E você não tem... Eu
queria relembrar... Posso vir outro dia?! – Sentia que ainda tremia, seus olhos
não saiam de mim, ou melhor, do volume da minha calça. Tentou novamente esticar
sua mão para tocá-lo e eu dei um passo para trás.
__Não meu amigo, vamos deixar no
passado no passado. A memória é um lugar para se visitar e não para se reviver
ou fazer renascer das cinzas. Foi muito bom ter vindo dar notícias, apareça
antes de ir embora para tomar café ou almoçar.
__A família?!- perguntou pelo
retrato ao lado da porta.
__Sim, eles chegam amanhã,
estavam passeando...
__Talvez eu venha...
__Adeus.
Observei seus passos descerem os
degraus da casa, o vi ultrapassar o portão, balançar a cabeça, olhar para trás
e dar um aceno de mão, acionei o alarme e fechei a porta atrás de mim.
Fiquei ali encostado relembrando,
minhas mãos deixaram cair a roupa ao joelho, minha mão desceu para meu
complemento e eu me masturbei ali mesmo amparado pela porta que me separava de
um pedaço de mim que foi, em breve tempo eu ejaculei longe. Lembrei das
provocações: de quem tinha o pinto mais longo na escola ou no bairro dava a
oportunidade de ver um o pinto do outro, para ver de quem era o mais grosso
deixava um pegar no pinto do outro, sentir quem tinha o pinto com cheiro de
homem estava o momento de além de pegar era chegar bem perto e ganhar aquele
empurrãozinho e encostar os lábios e às vezes havia também a história de quem
tinha a cabeça mais salgadinha, onde aconteciam os 69 e os troca-trocas entre
os meninos...
Passado lugar das primeiras
experiências de vida, comportamento e comprometimento, antes de tudo, consigo
mesmo.
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